quinta-feira, 30 de outubro de 2008

diário de bordo.

Estou escutando uma música na televisão sobre dizer adeus.. ela fala sobre o que aconteceria se você tivesse ficado ou se tivesse ido, comecei a pensar a quem já tive que dizer adeus.
Uma coisa difícil? dizer adeus.. a certeza de que não vai ver mais ou a certeza de que não quer ver mais.
Certa vez escrevi um e-mail para uma pessoa que foi e é muito importante para mim, nesse e-mail eu dizia com todas as letras, em negrito, itálico e soletrado A-D-E-U-S. Não porque não iria mais ver essa pessoa, até porque com essas idas e vindas é bem difícil não cruzar com alguém nas esquinas da vida. Disse isso, por ter certeza de que seria o melhor pra mim não vê-la novamente, seria o melhor para mim não ter que falar com essa pessoa novamente.
Essa pessoa me magoou muito, quebrou meu coração em pedacinhos.. E o que se diz nessa situação? O que se diz quando não se quer dizer nada? O que se diz quando o que se quer é correr e abraçar?
Eu disse: "Adeus, não quero mais te ver. Não vou estar aqui te esperando e abrir a porta do meu coração quando você resolver bater nela novamente."
E semana passada veio a pergunta.. "se ele chegasse e pedisse perdão, você perdoaria?"
e com essa pergunta, vieram meus próprios questionamentos.. "será que eu deveria ter dito adeus", "será que em minhas palavras eu deixei um espaço para que ele viesse e me pedisse perdão?"
Resolvi colocar meus pés no chão, afinal em meio a minha tortura pessoal(pesquisas na internet) percebi que o meu pedido de perdão está bem distante.
E então, quem aterrissou em minha porta foi a dor, a dor de saber que meu coração é fraco, que ele ainda bate por pessoas que o quebram em pedacinhos, ele ainda bate pois é iludido pela certeza de um pedido de perdão que está cada vez mais distante.

domingo, 26 de outubro de 2008

ih, venci.

Depois de receber uma lição de moral por ter dito que eu estava com prazo de validade vencido, resolvi escrever.
Escutei também umas palavras bonitas dizendo que era impossível eu estar insuportável... mas devo dizer que o prazo de validade venceu e estou insuportável. E se não estou, estou me esforçando muito para isso.
Me esforço em ser insuportável para as pessoas não se aproximarem de mim, não verem que não sou uma muralha. Sou apenas um morro de areia, que qualquer onda destroi, que qualquer vento desmorona.
E que tem um tornado, bem no centro do meu morro, naquele lugar chamado coração.. que está deixando tudo de pernas para o ar.
Sou insuportável para que ninguém note a falta de sorrisos sinceros, a falta de paciência, a vontade constante de chorar. Para que ninguém perceba que eu sofro, e acho que por tentar tanto sofro mais.

o.O

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

segura na minha mão?

Já que eu falei sobre medo em um post, vou retomar o assunto.
Hoje eu fiz uma coisa que sempre tive muito medo. Na verdade não sei se "medo" é nome certo para o que eu senti, porém eu estava suando, tremendo, com dor de barriga(eu tenho dor de barriga quando estou nervosa) e querendo fugir. Não sei se outra palavra se enquadraria melhor que "medo".
Foi uma coisa simples, acho que até muitos vão rir quando souberem.. porém tudo isso que eu senti foi para poder fazer a minha primeira oração de verdade na frente de outra pessoa.
Na escola dominical, foi falado que eu deveria ter alguém para orar comigo, me desesperei e fui pensar com quem eu teria coragem de fazer isso, afinal seria a minha primeira experiência com outra pessoa. Pensei por uma semana se iria conseguir fazer isso, e decidi chamar a única pessoa com quem me sentiria a vontade para orar, uma amiga que compreendou que eu estava nervosa e disse que poderia orar sozinha na primeira vez.
Porém, não é sobre o medo de orar que quero falar. Mas sobre algo interessante que aconteceu.
A oração seria mais ou menos depois de uma hora do momento que vou descrever.. eu estava nervosa, tremendo, sem saber o que ia falar, esta seria o nosso segundo momento de oração onde eu teria que orar, porém as palavras fugiam da cabeça, até que percebi que eu tinha a solução para o meu medo. Eu escolhi alguém para orar que é minha amiga, e que do mesmo modo que me deu o ombro quando eu estava em situação dificil, poderia segurar a minha mão e eu sabia que com ela segurando a minha mão eu não teria medo.
Muitos podem achar que segurar a mão é uma bobagem, mas não é. Nos momentos mais difíceis sempre temos alguém para segurar as nossas mãos e não damos a devida importância.
Para aprender a andar, seguramos nas mãos dos nossos pais. Assistir um filme de terror sempre é mais fácil com uma mão para segurar. Eu dou aula de robótica e já notei o quanto é importante ter uma mão segurando a da criança para ela aprender a manipular o mouse. Quando fui me batizar pedi para segurarem a minha mão. Quando tenho medo a noite peço para minha mãe segurar a minha mão.
Bem, só queria falar o quanto é importante ter uma mão para segurar e vencer os nossos medos. Hoje consegui superar um grande medo por causa de uma mão amiga e espero que não me falte mãos para segurar. Assim como espero poder segurar na mão de alguém e ajudar a vencer o medo, do mesmo modo que me ajudaram hoje.

domingo, 19 de outubro de 2008

Ser um exemplo.

As pessoas sempre estão em busca de um exemplo, alguém pra se espelhar, alguém para seguir os passos.
Quando somos pequenos, nossos exemplos são as outras crianças, a tendência é fazermos o mesmo que elas, sendo isto certo ou errado. Quando vamos a escola, procuramos no professor um exemplo, esperamos que ele saiba tudo sobre o que deveria nos ensinar, esperamos que ele não erre. Na igreja, o pastor tende sempre a ser o exemplo ao qual devemos seguir, esperamos que ele seja perfeito, esperamos que ele siga a bíblia do início ao fim e sempre tenha resposta aos nossos questionamentos. Na bíblia, encontramos o melhor de todos os exemplos de conduta Jesus Cristo. E em nossa família, sempre tendemos a copiar as atitudes dos nossos pais.
Nessas últimas semanas tenho tido alguns problemas, me tornei um exemplo para algumas pessoas. Quer dizer, estou próxima de algumas pessoas que esperam que eu seja um exemplo.
Já tentou ser um exemplo? Posso dizer que é bem difícil, principalmente se estamos tratando de crianças. Uma criança tem me buscado como exemplo e tem encontrado em mim muitas falhas.
Essa pessoa me diz e me lembra das minhas falhas, essa pessoa me mostra onde tenho errado.
É até engraçado dizer, mas sou adulta e estou sendo cobrada por uma criança. Sou adulta e tenho uma criança com uma listagem de erros que tenho cometido.
Tenho pensando muito sobre isso e até conversei com algumas pessoas, e observei o quanto isso está sendo bom.
Por ser exemplo de alguém, por ter alguém me mostrando meus erros tenho me cobrado mais. Tenho cobrado mais de mim mesma, estou tentando fazer as coisas certas e mudar as minhas atitudes.
Muitas vezes não percebemos mas a nossa atitude influência na de algumas pessoas. Não sou uma pessoa muito simpática nem amigável, e percebi que as minhas atitudes com a outras pessoas estava influênciando as dessa criança que passou a olhar para as pessoas da maneira com que eu olho. Me senti muito culpada por isso, e ainda me sinto, ela me mostrou as minhas atitudes através das atitudes dela. Doi muito ver os nossos erros sendo cometidos por pessoas que amamos, mas isso me fez tentar mudar.
E venho tentando mudar, mudar, mudar.
Percebi que quando não somos, na maioria das vezes, tudo aquilo que as pessoas esperam, mas devemos mostra-las que tentamos, devemos tentar mostra-las que tentamos e porém não conseguimos.
No momento estou tentando, não sei se vou conseguir.. mas em meio a minha tentativa de ser um bom exemplo para esta pessoa vou tentar apresentar para ela o único e verdadeiro exemplo que devemos seguir, Jesus, pois Ele sim é perfeito e não tem defeitos.
E com certeza ficaria muito feliz de vê-la seguindo os passos Dele e não os meus.
Que exemplo você tem sido?

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O primeiro a gente nunca esquece.

O primeiro a gente nunca esquece, primeiro post é sempre um pouco traumatizante.
Ontem vi a propaganda do livro de Washington Oletto com esse título. E isso me fez pensar em todas as coisas, todas as minhas primeiras vezes, as minhas primeiras experiências.
Sou uma pessoa um tanto quanto medrosa, e em tudo que pensei percebi que posso ter esquecido do ocorreu de fato, mas sempre lembro do medo que senti para fazer aquilo.
A primeira vez que tive que falar em público, não lembro como foi ou até mesmo onde foi. Mas posso descrever o friozinho na barriga que senti, o medo de não ser ouvida, lembro das perguntas que fiz aos que estavam ao meu lado.
O primeiro beijo, todo mundo é capaz de descrever como foi ou no que pensou no momento.. que roupa estava vestida, que roupa ele estava, essas coisas. Eu lembro do medo do novo, do medo de não ser tão bom, o medo dele não querer um segundo beijo.
A primeira vez que disse "eu te amo", naõ lembro do brilho no olho ou até mesmo da situação. Mas lembro sim do medo de não ouvir "eu te amo também", até estando convicta de que amava tanto que não me importava se era recíproco ou não.
Percebi que de todas as coisas, o medo é sempre tão marcante, que esqueço das demais coisas.
Continuei remexendo na memória, até que cheguei em duas coisas "O primeiro amor" e meu batismo.
O primeiro amor realmente não se esquece, não se acaba.. Esse sim eu posso descrever cada olhar, cada ação, cada dia, cada beijo, cada despedida, cada briga, cada saudade, cada lágrima. Medo? teve medo sim.. medo de todo aquele amor acabar. No amor não se tem medo do que vai ocorrer, não se tem medo do beijo não ser tão bom. E esse amor caminha sempre com a gente, mesmo com as pessoas indo embora, mesmo com a saudade apertando..
E o batismo, foi tão importante, que lembro do medo, da tremedeira, da alegria, do sorriso, do Sol que brilhava. Lembro de ter me sentido completa, de estar finalmente junto a Jesus, de ter finalmente o Espiríto Santo comigo, lembro de todos os abraços com cochichos no ouvido dizendo "Parabéns, essa foi a melhor decisão da sua vida".

O que é importante realmente não se esquece. Independente de ser o primeiro, segundo ou até mesmo o ultimo.. o que é importante, o que se faz presente mesmo ausente. O que faz o coração bater mais forte. Isso não se esquece, nem com o tempo, nem com nada.

Eu sei que vou me esquecer do primeiro post, mas não vou esquecer do que penso acerca de tudo que escrevi aqui.